
Em SUS: The Game o jogador deve tentar encontrar o médico antes que sua condição torne-se crítica demais e venha a morrer. Este jogo que é mais uma crítica social do que realmente um desafio para os gamers vem chamando atenção pela sátira de simular a experiência dos pacientes em hospitais brasileiros.
A premissa do jogo é a seguinte: “só há um médico que pode tratá-lo, encontre-o ele ou ela antes que seja muito tarde. Ninguém se importa ou quer ajudá-lo, então boa sorte”. Quando os desenvolvedores falam ninguém se importa ou quer ajudá-lo, eles realmente estão dizendo a verdade. No jogo os atendentes estão se divertindo em redes sociais, como twitter e facebook, enquanto os pacientes têm que esperar para serem atendidos, há pessoas deitadas no chão do hospital, ninguém lhe dá informações, etc.
Embora o jogo possa ser um pouco radical e sim, na minha opinião, realmente deve ser para ganhar um cunho de crítica social, não se pode dizer que o jogo não retrata um pouco da realidade do atendimento. A nota do SUS no índice de desempenho chamado IDSUS, lançado pelo próprio governo em 2012, é de 5,4, de um total de 10.
O jogo foi desenvolvido por Ricardo Bencz (27) e Luiz Alojziak (21). Ambos trabalham na área de tecnologia e encaram o desenvolvimento de jogos como ocupações temporárias.
“Nosso jogo foi desenvolvido para a game jam Ludum Dare, edição de dezembro. Era um evento online onde os participantes devem fazer um jogo em 72 horas”, explicou Ricardo Bencz, que não gosta de jogos por conta das animações e cutscenes, mas sim pela jogabilidade e pela arte. Por este panorama do prazo, todos os elementos do jogo são simples e fáceis de entender e programar, possibilitando o uso de recursos técnicos de fácil uso de modo a não atrasar a produção.
“A ideia inicial de passar em um hospital veio da minha namorada, Cenilda Romero, porque tivemos que ir ao SUS alguns dias antes do evento. Com esse tema em mente, várias ideias começaram a surgir sobre quanto os hospitais públicos são ruins e ao juntar isto com o tema da jam, ficou definido que o jogador deveria sentir como é ser um paciente do SUS e explorar a jornada de achar um único médico que estivesse disposto a atendê-lo”, completa Ricardo.
Interessante como no cenário brasileiros todas as mídias e artes começaram a encontrar um ponto comum: a crítica social. Até os videogames estão entrando nesta onda e são uma forma de expressão hoje muito pouco utilizada. Gostei muito da iniciativa destes dois desenvolvedores e agora estou de olho em suas próximas iniciativas!
Link para quem quiser experimentar o jogo: CLIQUE AQUI
Só lembrando que o jogo é mais uma crítica, uma mídia, do que um jogo com alto nível de jogabilidade.
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